Cidadania Digital: hábitos essenciais para proteger nossos filhos no mundo conectado
texto de Vanessa Lehm, do Time de Tecnologia Educacional e Professora de Pensamento Computacional
Este tema é de extrema seriedade e, a cada dia, sua abordagem se torna ainda mais crucial. Nos últimos anos, no Colégio Carbonell, tratamos o assunto em todas as esferas: colaboradores, professores, estudantes e famílias. Para aprofundar nossa compreensão, contamos com a presença do professor e sociólogo Kadu Braga, certificado Google Trainer da nossa parceira INICIE, que passou o dia conosco. Ele conversou com estudantes, professores e pais, destacando as realidades e os perigos do uso irresponsável das tecnologias. Em uma de suas palestras, apresentou uma comparação impactante, que nos levou a refletir profundamente: estamos realmente exercendo a cidadania digital de forma consciente e responsável?
Kadu Braga comparou a internet com uma imensa cidade cheia de ruas, avenidas, praças e edifícios. Nesta cidade digital, nossos filhos podem aprender, se divertir e explorar, mas também estão sujeitos a perigos, como em qualquer grande metrópole. Imagine deixar uma criança sozinha, sem orientação ou proteção, em uma cidade desconhecida. Essa comparação nos ajuda a entender a urgência de estabelecer limites e de orientar nossos filhos na navegação online.
Assim como em uma cidade física, onde trancamos portas e janelas para proteger nossa casa, no mundo digital é vital que protejamos os “portões” virtuais de nossos filhos. A privacidade e a segurança dos dados são aspectos fundamentais da cidadania digital. Ações simples e pontuais nos ajudarão a ser atuantes e responsáveis:
- Senhas fortes são como chaves seguras
Assim como não usamos uma chave simples para proteger nossa casa, também não devemos usar senhas fracas para proteger nossas contas online. Ensine seus filhos a criar combinações fortes de letras, números e símbolos. - Cuidado com o que se compartilha
Assim como não falamos para qualquer estranho na rua onde moramos ou quem são nossos familiares, na internet é crucial ensinar as crianças a proteger suas informações pessoais. O que parece uma conversa inocente pode facilmente se transformar em uma ameaça. - Redes sociais e aplicativos são como praças públicas
Nesses espaços virtuais, pessoas desconhecidas podem se aproximar. Assim como na vida real, onde evitamos interações suspeitas em praças ou ruas movimentadas, os pais devem estar atentos às interações digitais dos filhos e ensinar sobre os riscos de conversar com estranhos.
Perigos e Práticas para Navegar com Segurança
Como já citado acima, deixar uma criança sem supervisão na internet é como deixá-la perambular sozinha por uma cidade cheia de desconhecidos. As ruas podem levar a locais maravilhosos de aprendizado e diversão, mas também a zonas perigosas, com desconhecidos, propagandas enganosas e conteúdos inadequados. A cidadania digital começa em casa, com hábitos que protejam nossos filhos nessa imensa cidade virtual.
Precisamos instruí-los a identificar riscos, incluindo golpes e solicitações enganosas: assim como os educamos para serem cautelosos com indivíduos desconhecidos em espaços públicos, também devemos orientar nossos filhos a questionar a autenticidade do que encontram online. Sinais de alerta que não devem ser ignorados incluem sites suspeitos, solicitações de informações pessoais e comunicações de fontes desconhecidas.
A instituição educacional como protetora da cidadania digital
A escola é um pilar fundamental no cultivo de um cidadão digital consciente. Assim como prepararmos os estudantes para serem membros responsáveis de suas comunidades físicas, também precisamos orientá-los a se envolverem de forma ética e segura na “cidade digital”. Ao promover discussões, atividades e projetos, a escola visa garantir que os estudantes entendam seus direitos e responsabilidades no mundo virtual, garantindo o uso saudável e produtivo da tecnologia.
Nas aulas de Pensamento Computacional, abordamos o tema desde a Educação Infantil, falando sobre o uso exagerado das telas, da importância de respeitar as classificações para jogos, redes sociais, assim como para séries e filmes. Nos Anos Iniciais, de forma consciente e divertida, jogamos o Interland — jogo educativo online criado pelo Google para ensinar crianças sobre cidadania digital e segurança online.
Por meio de atividades didáticas e discussões em sala de aula, nossos estudantes aprendem que, assim como no mundo real, o respeito às regras, às pessoas e à privacidade é a base da coexistência na Internet. O uso responsável da tecnologia envolve mais do que apenas proteger-se do perigo; envolve também comportamento ético, respeito pelos outros e exercício dos seus direitos de cidadania, tanto online como offline.
A cidadania digital é uma jornada compartilhada entre casa e escola. Em casa, os pais devem ser os primeiros a estabelecer limites e monitorar o uso da tecnologia. Nas escolas continuamos este trabalho, apresentando o melhor modelo do cidadão nas redes sociais e enfatizando a importância do comportamento responsável em ambientes digitais. A nossa missão é desenvolver cidadãos fortes que compreendam os seus direitos e responsabilidades e possam navegar com segurança e responsabilidade na vasta “cidade” que é a Internet.
Família e colégio precisam trabalhar juntos para criar um ambiente digital cada dia mais seguro que permita a aprendizagem e o desenvolvimento saudável de crianças e dos jovens.